quinta-feira, 12 de março de 2015

Plantas Cianogênicas - Mandioca e Sorgo

REGINO, Paula; FILADELFO, Bianca; GOMES, Tamires; BERTOZZI, Pamela


Orientadora: Aline de Melo Cruz

Manihot esculenta



Nome científico: Manihot esculenta.

Nome popular: Mandioca, aipi, aipim, castelinha, uaipi, macaxeira, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, pão-de-pobre,1 mandioca-brava e mandioca-amarga.

Partes tóxicas: O vegetal que produz a mandioca é toda tóxica, contendo maiores concentrações do princípio ativo no látex, principalmente na raiz (tubérculos) e folhas. Todas as variedades são tóxicas, variando no teor do princípio ativo, de acordo com a idade do da planta, clima e solo. A forma da intoxicação se dá por ingestão da raiz ou folhas crua ou mal cozida.


Mecanismo de ação: Os glicosídeos cianogênicos são solúveis em água, que potencialmente liberam HCN (cianeto de hidrogênio ou cianureto de hidrogênio). Quando o material vegetal é dilacerado como, por exemplo, mediante a mastigação, o glicosídeo em presença de água é hidrolisado enzimaticamente por ß-glicosidases, que encontram-se separadas dos glicosídeos no tecido vegetal intacto. As enzimas localizam-se na parede celular e os glicosídeos cianogênicos nos vacúolos. Essa situação não faz diferença para os ruminantes, uma vez que as bactérias ruminais podem hidrolisar os glicosídeos cianogênicos com rapidez, liberando o HCN. Por outro lado, o pH ácido do estômago nos monogástricos faz com que as ß-glicosidases não atuem e a liberação do cianeto seja lenta, o que dá tempo para a sua eliminação, sem alcançar a dose letal. A hidrólise dos glicosídeos cianogênicos produz glucose e alfa–hidroxinitrilas. Esta última, quando catalisada por uma hidroxinitrila liase, tranforma-se em HCN e nas acetonas correspondentes na qual é rapidamente absorvida no tudo digestivo e distribuído para os tecidos através da corrente sanguínea.

referência: http://umaquimicairresistivel.blogspot.com.br/2011/12/mandioca-um-exemplo-de-como-se.html


Sinais clínicos: Náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarréia, além de sonolência e irritação da mucosa oral, faringe e vias aéreas superiores acompanhada de salivação intensa e hálito de odor de tucupi (sumo amarelo extraído da raiz da mandioca brava quando descascada, ralada e espremida). Os distúrbios neurológicos que podem estar presentes como: torpor, coma, convulsões tônicas, opistótono (posição do corpo em que a cabeça, o pescoço e a coluna vertebral formam um arco côncavo para trás), contratura dos masseteres e midríase. Distúrbios respiratórios são importantes e freqüentes, como dispnéia e acúmulo de secreções, asfixia com bradipnéia, apnéia, cianose e distúrbios circulatórios com alteração do ritmo e hipotensão. Intoxicações graves podem levar a óbito.

Tratamento: Embora a maioria das vezes os animais sejam encontrados mortos, dado a rapidez com que ocorre a morte, a intoxicação cianídrica é uma das poucas intoxicações que tem tratamento específico, com recuperação imediata. O tratamento é feito com uma solução aquosa de tiossulfato de sódio a 20% na dosagem de 50 mL por 100 kg de peso vivo (grandes animais) ou 0,5 mL por 1kg de peso vivo (pequenos animais) por via endovenosa a qual funciona como antídoto. O esvaziamento gástrico através da lavagem gástrica, deverá ser realizado após melhora das condições do paciente. Promover tratamento complementar com sintomáticos, de suporte, e avaliar as funções vitais. Manter as condições respiratórias e cardíacas adequadas, e combater as convulsões com diazepínicos.


Referências:
SITE Toxicologia. Envenenamento por plantas: Síndrome cianogênica. Disponível em: < http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mXI.sincia.htm >. Acesso em: março, 2015.
ARTIGO CIENTÍFICO: AMORIM, Sara Lucena de; MEDEIROS, Rosane Maria Trindade de; RIETCORREA,  Franklin. Intoxicação por plantas cianogênicas no Brasil. Ciência Animal, 16(1):17-26, 2006. Disponivel em PDF em: < http://www.gege.agrarias.ufpr.br/plantastoxicas/arquivos/prunus%20sphaerocarpa.pdf
 >. Acesso em: março, 2015.



Sorghum sp



Nome científico: Sorghum sp.

Nome popular: sogro, milho-zaburro, durra, millet egípcio, feterita, milho da Guiné (África), jwari, jowar (Índia), juwar, milo (Espanha), entre outros.


Partes tóxicas: plantas com folhas que tenham menos de 20 cm de altura ou 7semanas de plantio, ou quando as plantas jovens rebrotam após terem seu crescimento prejudicado, durante períodos de seca ou após geadas.




Mecanismo de ação: Os glicosídeos cianogênicos são solúveis em água, que potencialmente liberam HCN (cianeto de hidrogênio ou cianureto de hidrogênio). Quando o material vegetal é dilacerado como, por exemplo, mediante a mastigação, o glicosídeo em presença de água é hidrolisado enzimaticamente por ß-glicosidases, que encontram-se separadas dos glicosídeos no tecido vegetal intacto. As enzimas localizam-se na parede celular e os glicosídeos cianogênicos nos vacúolos. Essa situação não faz diferença para os ruminantes, uma vez que as bactérias ruminais podem hidrolisar os glicosídeos cianogênicos com rapidez, liberando o HCN. Por outro lado, o pH ácido do estômago nos monogástricos faz com que as ß-glicosidases não atuem e a liberação do cianeto seja lenta, o que dá tempo para a sua eliminação, sem alcançar a dose letal. A hidrólise dos glicosídeos cianogênicos produz glucose e alfa–hidroxinitrilas. Esta última, quando catalisada por uma hidroxinitrila liase, tranforma-se em HCN e nas acetonas correspondentes na qual é rapidamente absorvida no tudo digestivo e distribuído para os tecidos através da corrente sanguínea.

Sinais clínicos: Agitação, cambaleio e queda, timpanismo, depressão, desconforto abdominal, salivação espumosa, dispnéia com ofegância e taquipnéia, tremores musculares e incoordenação com andar cambaleante.

Tratamento: Embora a maioria das vezes os animais sejam encontrados mortos, dado a rapidez com que ocorre a morte, a intoxicação cianídrica é uma das poucas intoxicações que tem tratamento específico, com recuperação imediata. O tratamento é feito com uma solução aquosa de tiossulfato de sódio a 20% na dosagem de 50 mL por 100 kg de peso vivo por via endovenosa a qual funciona como antídoto.

Referências:
ARTIGO CIENTÍFICO J. Escarião da Nóbrega Jr; Franklin Riet-Correa; Rosane M.T. Medeiros; Antônio F.M. Dantas. Intoxicação por Sorhgum halepense (Poaceae) em bovinos no semi-árido. Pesq. Vet. Bras. vol.26 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2006. Disponível em PDF em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2006000400003 >. Acesso em: março, 2015.
ARTIGO CIENTÍFICO: AMORIM, Sara Lucena de; MEDEIROS, Rosane Maria Trindade de; RIETCORREA,  Franklin. Intoxicação por plantas cianogênicas no Brasil. Ciência Animal, 16(1):17-26, 2006. Disponivel em PDF em: < http://www.gege.agrarias.ufpr.br/plantastoxicas/arquivos/prunus%20sphaerocarpa.pdf
 >. Acesso em: março, 2015.